- Como se vê, há antídotos para o veneno da estagnação. Um, mais uma vez, está dentro de você. Trata-se de perceber algo meio fora de moda em nosso acelerado mundo novo, mas sempre em voga nas artes marciais: treinar não se resume à busca de gratificação instantânea. Qualquer um que procure progresso constante dificilmente consegue se firmar na academia. Muitas vezes, é a experiência do treinar, e o que você aprende sobre si, que conta. Se você estiver sempre detido na busca do progresso, ou de uma nova cor de faixa, você perde as lições mais importantes. Em vez de se concentrar nos resultados, concentre-se no momento. É ali que a vida está acontecendo, e o progresso pode estar virando a esquina, ainda que muitos desistam antes de dobrá-la. Marcio Pé de Pano
- Mesmo porque, como é possível medir seus progressos sem o parceiro ou os adversários? Apesar da graduação de faixas e de diversos sistemas mais dinâmicos que as grandes academias hoje adotam, como a promoção para turmas com um nível mais elevado, o aluno precisa encontrar seu próprio termômetro. Para Pé de Pano, os campeonatos são úteis, assim como treinar com o pessoal ativo em competições: “Mas há outra forma de medir a evolução: toda academia tem um cara excelente, um ponto de referência. Esse cara vai ser o termômetro da academia, e de quem está à procura de evolução. Como? Você primeiro treina com ele e bate dez vezes. Depois de treinar muito você volta a treinar com ele, e só bate sete vezes. Assim você vai sentindo que houve melhora, até o dia em que não bate mais, e depois começa a finalizá-lo”. Quem concorda com o casamento de sparrings de níveis diversos é Sylvio Behring, formador de lutadores de ascendências meteóricas como Fabrício Werdum e Mário Reis. “O professor pode medir o progresso do aluno mesmo com um casamento de duplas aparentemente desigual, sempre atento para as particularidades de cada atleta. Os sparrings acabam sendo curingas para medir o desenvolvimento do lutador: se for um mais novato, o objetivo será finalizar três vezes em um minuto, ou cinco vezes em cinco minutos. Se o treino tiver outro objetivo, ele pode treinar com um mais pesado, um mais rápido que ele, um mais graduado...” Dessa forma, é comum que ambos saiam satisfeitos, um por ter triunfado um pouco mais ao resistir, outro por ter conseguido executar seus golpes. Sylvio Behring
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